Tenho 48 anos e três rins. É curioso como muita gente não sabe que para receber um transplante renal, na maioria das vezes, não se retira os rins nativos, originais. Assim como muitos também não sabem como avaliar a função renal, o que é creatinina e nem mesmo o que é um Nefrologista.
Fui uma criança saudável, um menino que queria ser diplomata, cientista ou médico. A verdade é que mal sabia o que era o dia a dia desses profissionais, mas entrei na faculdade de medicina da UFRJ e, logo no inicio, ao aprender como aferir a pressão arterial, descobri que estava hipertenso. Na investigação da hipertensão, veio o diagnóstico de DRC (doença renal crônica), os exames, as biopsias, as dietas e o enfrentamento da realidade. A função renal decairia e em alguns anos, sobrariam dois caminhos: a dialise ou o transplante. A causa foi uma má formação renal, silenciosa, como tantas doenças. Minha irmã se candidatou a doar e o transplante ocorreu em abril de 1997, na Clínica São Vicente da Gávea.
Descobri a doença renal no primeiro ano da faculdade e fiquei quatro anos em tratamento conservador, quando fui paciente e médico de mim mesmo. Nesse período, por maiores que fossem os cuidados com dieta e controle da pressão, houve piora da função, a menos de 10%. Transplantei quando entrei no internato médico, me afastei por seis meses e, quando retornei, com rim novo, havia decidido trabalhar com transplante. Segui para a residência médica em Nefrologia na própria UFRJ.
Não sei quantificar quantos pacientes transplantados acompanhei nessa trajetória. Mas lembro de cada um. E lembro ainda mais de cada paciente perdido, amigos queridos. Sempre tive sorte com meus pacientes, pessoas diversas em suas singularidades, mas onde sempre houve troca. Não é preciso ser distante e se proteger para manter uma boa relação médico-paciente. Acho importante ter empatia, se envolver, se colocar no lugar do outro. Isso não tira do médico o pragmatismo para tomar suas decisões e promover a saúde e o bem estar de cada paciente.
E você? Qual é a sua história?
Olá boa tarde. Meu esposo descobriu que renal a 2 anos , ouvi dizer que tem um hospital que realiza operação em transplante de rim , Como faço para ter uma indicação melhor. ?
Não tem cura perda de proteína na urina
Sou de BH e queria descobrir o que posso fazer para preservar meu rim quando se tem doença policística renal do adulto.